quarta-feira, março 01, 2006

Dia 21: Ma dovè eravamo? (Clique aqui para saber)


(Quinta, 23 de fevereiro) Como deu para notar, na quinta-feira foi um dia muito tranqüilo, tanto que durante o dia eu aproveitei para atualizar o blog no computador do Help Desk.

Então aproveitando o dia meio parado (antes de começar o tumulto dos dias seguintes) para mostrar aonde era (seria aonde estamos, mas como já voltei...) o apartamento e um pouco da cidade.
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O apartamento

Nosso apartamento ficava na rua Giovanni Roveda, homenagem a um ex-prefeito de Torino, já morto (não é que eu seja tão curioso, mas é que essa informação está na placa da rua). O prédio, como quase todos do bairro, lembram os prédios da Cruzada São Sebastião aqui no Rio, só que mais afastado. Então, como vocês podem imaginar, na noite em que eu cheguei e vi os prédios, fiquei meio assustado por causa do estereótipo na cabeça (porque o daqui não é la muito seguro). A foto ao lado é de um anexo ao lado da igreja que ficava na esquina da rua do nosso predio (a figura, para quem nao conhece e do Senhor dos Aneis). Ao fundo um exemplo de como era os predios (o meu ficava logo depois do predio da direita).

Porém, como eu fui descobrir mais tarde, o bairro de Mirafiori é muito tranqüilo. A razão é que fica ao lado da fábrica da FIAT (aliás normalmente a FIAT é a primeira coisa que vem na cabeça das pessoas quando se fala em Torino). Na década de 60, época da construção, a empresa construiu os prédios para os funcionários morarem. A fábrica já foi uma das maiores do mundo. Agora, com a globalização, tem somente um terço dela em operação, mas os funcionários, aposentados ou não, continuam morando lá. Os apartamentos à venda (um sala e 3 quartos) está saindo por 170 mil Euros, segundo a propaganda no ponto de ônibus. Nada mau.

A fábrica antiga, um pouco mais ao norte, na região de Lingotto, onde o pessoal da FIAT fazia do último andar uma pista de provas para os carros (a fábrica era grande) virou um enorme centro comercial, onde tem um hotel Meridien, um centro de convenções (que virou o centro principal de imprensa dos Jogos em Torino) e um shopping, que foi nosso ponto principal nos primeiros dias. Na foto ao lado, tem o enorme viaduto construído para os Jogoso, que liga a antiga fábrica a Vila Olímpica (embaixo a esquerda, bem ao fundo, a ex-fabrica, hoje shopping e centro de convençoes). O arco vermelho foi construído, além de ajudar na suspensão do viaduto, para dar um pouco de cor para a cidade (opiniao minha) e torna-lo um marco.

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A cidade

Torino pode ser considerada uma cidade grande, até nos problemas. O trânsito no final de tarde é bem problemático. Embora tenha avenidas largas, o resto das ruas da cidade são muito estreitas e fechadas. A qualidade do ar, divulgada todos os dias, é péssima. O céu fica na maior parte do tempo nublado ou com uma névoa de fumaça, de modo que ver os Alpes só em dias especiais. A cidade está tentando criar outras atividades econômicas, dado os problemas que a FIAT, principal empresa da cidade, está enfrentando. Enfim, não é uma cidade que as pessoas pensem em morar.

O resultado é que, mesmo na Via Roma e na Via Pó, as ruas mais chiques da cidade, inclusive com calçadas de mármore, os negócios não estão indo muito bem, com algumas lojas fechando nos últimos anos, daí a necessidade de buscar novas atrações, como o turismo.

O transporte público é bastante organizado. Parada de ônibus tem nome e sobrenome e em quase todos tem um mapa com todas as linhas da cidade (ao invés de só ter propaganda como os do Rio). As linhas estão bem distribuídas, o que permite que se pegue no máximo dois onibus para chegar ao destino. Os ônibus, entretanto, andam muito devagar para os padrões brasileiros, de modo que no trecho que está marcado no link acima (uns 9 kms), demorava uns 40 minutos pela manhã para chegar na Porta Nuova, a principal estação de trem da cidade. O metrô tem previsão para acabar em 2010, mas o que foi construído até agora liga o "nada a lugar nenhum" porque foi construído apenas o trecho mais fácil que chega na Porta Susa, outra das estações de trem.

Minha única reclamação ficou pela promessa da prefeitura de que a linha de ônibus que eu tomava, o 63, ia ser "potencializado" (de acordo com o anúncio em italiano) no número de linhas, mas no fim continuamos a não poder ficar até muito tarde porque os ônibus a noite só vinham a cada 30 minutos e acabavam lá pela 1:30 da madrugada.

E uma das coisas menos agradáveis da vida é ficar parado no frio de quase zero grau esperando pelo ônibus.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns pelo Blog!

Está interessante, claro, objetivo e muito bem escrito.

Tomara que você vá para as olimpíadas de Pequim. Com certeza haverá histórias ainda mais interessantes por lá!