quinta-feira, março 02, 2006

Dia 23: Sestriere Colle (Slalom Masculino) - Meeeeeeeengooooo!

(Sábado de Carnaval, 25 de fevereiro) Sábado de Carnaval era o dia mais aguardado dos Jogos. Ao menos para os italianos. Era o dia do slalom masculino, onde o então mais badalado atleta italiano, Giorgio Rocca, vencedor de 5 provas consecutivas da Copa do Mundo, ia competir. Além do fato de que o slalom masculino é uma das provas mais aguardadas em todos os Jogos. Aproveitando o fato de que era o último dia de trabalho, fui com a camisa do Flamengo por baixo do colete para fazer presente o Manto Sagrado em Sestriere uma vez embora o time não esteja indo bem há muito tempo.

Sestriere estava em polvorosa. Os italianos chegaram em massa para ver o ídolo competir. A arquibancada, maior do que em Borgata, estava totalmente tomada (pelo menos o trânsito não estava caótico como no dia do Downhill). O pessoal em pé se aglomerava ao lado da pista. Era para ser um dia especial.

Era. Rocca era o primeiro a sair na primeira descida porque era o primeiro do ranking na modalidade. Ele passou pela primeira parcial, passou para a segunda, com o que seria o melhor tempo da descida, e na hora em que eu abaixei a cabeça para ajeitar a câmera, ouve-se um "Ohhhhhh!". Giorgio tinha errado (um erro até meio infantil) e tomou um senhor tombo.

O silêncio tomou conta do lugar. Primeiro para ver se estava tudo bem com ele, depois pela incredulidade de saber que a emoção da prova para grande parte do público durou menos que 40 segundos.

Como consolo, Rocca não foi o único. Dos 20 primeiros, metade caiu ou perdeu uma porta, inclusive o campeão da prova combinada, Ted Ligety, e o Bode Miller, que ainda foi sarcástico na hora que foi filmado. Aliás, Miller foi a grande decepção dos Jogos, com 3 desclassificações e sem medalhas. O que se sabe é que Miller foi curtir a 'night' em Sestriere, como foi flagrado pelo pessoal na véspera da prova Combinada.

A decepção dos italianos continuou. Veio o segundo italiano, que estava indo bem até que também caiu. O italiano que veio logo em seguida também caiu. E a carnificina continuava. Teve gente que não passou da primeira porta. Estava ficando ridículo. No final, um terço dos 97 participantes não completou a primeira descida.

Na segunda descida, mais quedas. O recorde de persistência foi um dos japoneses que caiu na primeira descida, voltou escalando para recuperar a porta perdida, chegou em último, caiu na segunda descida, voltou de novo para recuperar a porta perdida e finalmente chegou em último, mas melhor do que metade da prova que abandonou por queda ou perda de uma porta.

No final, domínio austríaco, que ficaram nos 3 primeiros lugares, liderados por Benjamin Raich, melhor esquiador dos Jogos, com 2 ouros e uma prata. E pelo vistou eu dei sorte para o meu time, que enquanto acontecia a prova ganhava o clássico contra o Botafogo. Só para constar, meu trabalho do dia foi evitar que o pessoal da imprensa começasse a pular as cercas para invadir o local de trabalho dos outros, fato que foi extremamente facilitado depois de 40 segundos de prova.

Depois da prova, festa para os voluntários, com direito a descida múltipla de espuma morro abaixo. Mais tarde, fomos para a cidade para comemorar o fim dos trabalhos na cidade. Boa música (nada de axé, pancadão, forró, sertanejo e não senti falta!) e ZERO de consumação para entrar nos lugares, como deve ser. Pena que isso não dê certo por aqui.

Nenhum comentário: