segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Dia 10: Sestriere Borgata (Esqui Alpino - Downnhill Masculino) - Passa uma tarde....engarrafado em Sestriere

(Domingo, 12 de fevereiro) Tudo bem, eu pedi por isso, mas nao precisava exagerar.

Dia 12 nao era meu dia de trabalho quando recebi o horario, mas eu pedi para trabalhar simplesmente porque era o dia da prova mais tradicional do esqui alpino, o downhill, ou como os italianos falam, "descida livre".

Basicamente, é velocidade pura, uma chance so, uma descida so, e o mais rapido ganha. Porém, ao contrario do que parece (e voces vao ler o porque no proximo dia), tem um pouco de estratégia.

O dia começou cedo, as 6 da manha. Me arrumei correndo, cheguei as 6:30 (prestem atençao no horario) no ponto de onibus mas, como era domingo, o onibus demorou quase meia hora para chegar (o maximo que dizia no ponto era 20 minutos). Cheguei na estaçao central da cidade, a Porta Nuova, e peguei o trem das 7:40...que so saiu as 8:05 (nas outras vezes que eu subi, sempre saiu no maximo com 5 minutos de atraso). Cheguei na estaçao de Oulx 9:10 para pegar o onibus dos volutarios, que a essa altura ja nao se sabia qual era o dos volutarios ou o dos turistas. A regra era: vai para Sestriere Borgata, entra. Mais 45 lentos minutos para chegar a praça de Kandahar (nao faço a menor idéia porque da homenagem) em Sestriere, para esperar o onibus circular que desce até Borgata, uns 5 minutos de viagem. Mas a muvuca era tanta que tinha uns 30 voluntarios tentando pegar o onibus (torcedores pegavam o teleférico). Mais alguns minutos chega o "pullmino" (também conhecido como van) para os voluntarios, que fez com que, depois da revista de segurança, quase as 10:30, eu chegasse para o trabalho.

Quando cheguei, a sala de imprensa estava no agito total. Gente sem cadeira para sentar, reporteres assistindo a outra coletiva de imprensa (a patinadora Michelle Kwan anunciando a sua desistencia), o diretor do centro de Borgata andando para tudo quanto é lado, uma loucura. Como eu nao estava oficialmente escalado, fiquei ajudando na sala de imprensa, ficando de plantao para alguma duvida ou pedido de jornalista, o que nao foram muitos, mas até o inicio da prova o lugar estava muito agitado.

Durante a prova, no entanto, a sala fica praticamente vazia, o que nao signfica que fica todo mundo quieto. Ainda mais quando o frances Deneriaz, que largou em 30o (uma posicao muito baixa para um concorrente forte), surpreendeu todo mundo, inclusive o austriaco Walchhofer, que ja achava que tinha ganho a prova, e colocou mais de 7 décimos de vantagem e ganhou a prova. O frances que estava distribuindo as fotos, parou bestificado e soltou um alto e sonoro "YES" e os reporteres que estavam la começaram a procurar no sistema quem era o tal cara que saiu la atras e ganhou a prova.

No final, o Nikolai, brasileiro que disputou a prova, ficou em 43o (de 55, nao foi tao ruim). Apos a prova, a sala volta a encher para a coletiva de imprensa dos primeiros lugares. Enquanto isso, quando eu vejo, chega o Pedro Bassan, vermelho de frio depois da prova, depois de entrevistar o Nikolai durante um bom tempo.

Parece que acabou, mas tem a volta.... Chegando no ponto do onibus, umas 4 e pouco da tarde, ficamos esperando pelo tal circular que nao aparecia, acabamos pegando carona com um brasileiro que trabalha no controle de doping e tinha um amigo italiano que estava dirigindo. No meio da subida, parou tudo, parecia engarrafamento na Niemeyer (sem as favelas). Contudo, ninguém bancou o esperto para furar fila. O jeito foi sair do carro e caminhar para pegar o onibus que ia para Torino pela rota alternativa (aquela que eu falei no dia 3, que vai por Pinerolo). No meio do caminho, eu e o Henrique pegamos o onibus direto para Torino e, la pelas 8 horas, estava chegando em Torino.

Valeu a pena ter trabalhado, mas nao imaginava que seria essa confusao.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cobertura de um envento desses deve ser legal pra caramba, mas bem complicada.